As Dolomitas são uma das regiões mais deslumbrantes da Itália e um dos destinos mais mágicos da Europa. Situadas no norte do país, entre o charme italiano e a alma austríaca, são um verdadeiro sonho para quem adora natureza e aventura.
🏛️ História e Cultura
As Dolomitas, conhecidas como “Montanhas Pálidas”, têm uma história que mistura influências italianas e austríacas. Até ao final da Primeira Guerra Mundial, grande parte da região fazia parte do Império Austro-Húngaro, e essa herança histórica ainda se sente hoje nas vilas, na língua falada e nos nomes de ruas, especialmente em zonas como Val di Funes e Val Gardena, onde o alemão é predominante.
Além disso, as Dolomitas foram reconhecidas em 26 de agosto de 2009 pela UNESCO como Patrimônio Mundial Natural, não apenas pela sua beleza geológica, mas também pela sua história ligada ao desenvolvimento das comunidades locais ao longo do tempo. Pequenos museus e igrejas históricas espalhados pela região permitem compreender a vida, os costumes e os desafios das populações que habitaram estas montanhas por gerações.
⛅ A melhor altura do ano para visitar as Dolomitas
A melhor época depende muito do tipo de experiência que procuras: natureza, trilhas, esqui ou menos multidões.
Inverno (novembro a março)
Se o teu objetivo é esquiar, a temporada de inverno é perfeita, com destaque para áreas como Corvara in Badia, que concentra algumas das melhores pistas de esqui do país e recebe competições da Copa do Mundo de Esqui Alpino.
Verão (junho a setembro)
O verão permite trilhas tranquilas, acesso fácil aos lagos e uma frequência maior de transportes públicos entre os pontos turísticos. No entanto, esta é a altura alta, com mais turistas, preços mais elevados e alguns locais como o Lago di Braies podem perder um pouco do seu encanto devido à multidão.
Primavera e Outono (abril a junho e setembro a outubro)
Estes períodos são considerados ideais para visitar as Dolomitas se queres evitar grandes multidões e ainda desfrutar de clima ameno.
Final de abril até junho oferece paisagens floridas e trilhas abertas, enquanto meio de setembro a outubro destaca-se pelas cores do outono, transformando as montanhas numa mistura de cores como o laranja e o vermelho. Além disso, fora da época alta, a maioria dos parques de estacionamento é mais acessível e os preços de alojamento tendem a ser mais baixos.
✈️ Como chegar às Dolomitas a partir de Portugal
A região das Dolomitas não tem aeroporto próprio, então o mais prático é voar para aeroportos próximos e depois seguir de carro ou transporte público.
1. A partir de Via Veneza
Aeroporto: Aeroporto Internacional de Veneza (Marco Polo).
Distância até Cortina d’Ampezzo: ~150 km, cerca de 2 horas de carro.
Transporte público: É possível usar FlixBus ou Cortina Express, mas a frequência não é muito alta.
2. A partir de Via Milão
Aeroporto: Aeroporto Internacional de Milão (Malpensa ou Linate).
Distância até Cortina d’Ampezzo: ~400 km, aproximadamente 6 horas de carro.
Alternativa de transporte público: FlixBus oferece trajetos em torno de 6 horas, ou trem via Trenitalia até Bolzano (3 horas).
3. A partir da Áustria
Se estiveres na Áustria, Bolzano está a 125 km de Innsbruck de carro (aproximadamente 2 horas) ou cerca de 1h45 de ônibus pela FlixBus. Também há ligação de comboio direta entre Innsbruck e Bolzano.
Dicas importantes
Alugar carro é a melhor forma de explorar a região, e é também recomendado ter a PID (Permissão Internacional para Dirigir).
📆 Quantos dias são necessários para visitar as Dolomitas?
Para conhecer as Dolomitas, o ideal é planear pelo menos 7 dias. A região é vasta, com cerca de 200 km de leste a oeste e cheia de lagos, trilhos e cidades encantadoras.
Roteiro de 7 dias nas Dolomitas:
- Dia 1: Chegada e viagem até Cortina d’Ampezzo ou Lago di Braies. Passeio relaxante e check-in.
- Dia 2: Caminhada no Adolf Munkel Weg e visita à Chiesetta di San Giovanni.
- Dia 3: Lago di Braies e trilhos Cadini di Misurina ou Tre Cime di Lavaredo.
- Dia 4: Caminhada ao nascer do sol em Tre Cime di Lavaredo e paragem no Lago Durrense.
- Dia 5: Visita ao Lago di Carezza e exploração do Alpe di Siusi (Seiser Alm).
- Dia 6: Passo Gardena e descobertas em Corvara in Badia e Colfosco.
- Dia 7: Regresso a Veneza ou Milão com possíveis paragens fotográficas ou compras.
Se tiveres mais ou menos dias, podes ajustar: uma semana é suficiente para o essencial, enquanto 10 dias ou mais permitem explorar cada canto da região com calma, incluindo trilhos menos conhecidos e mais lagos.

Como explorar e percorrer
Alugar um carro é a opção mais prática, podes fazê-lo em cidades como Veneza, Verona, Milão ou Bolzano, todas com boas ligações aéreas e estradas diretas até às montanhas. As principais vias de acesso são a A22 (Autostrada del Brennero) e a SS51, que atravessam as zonas mais bonitas da região.
Outras alternativas:
- Viajar de autocaravana
Há parques preparados para pernoitar e serviços como o Park4Night ou o CamperContact. Este método é uma das formas preferidas dos viajantes para explorar os vales e trilhos sem pressa. Por exemplo:
- Transportes públicos
Podes apanhar um comboio até Bolzano, Trento, Dobbiaco ou Belluno e depois seguir de autocarro regional. As principais companhias são a SAD Mobilità e a Dolomiti Bus, que ligam as aldeias e parques naturais da região.
A desvantagem? Os horários variam muito consoante a estação e, no inverno, algumas rotas funcionam apenas nos fins de semana.
- Bicicleta elétrica
Há várias empresas que alugam eBikes em cidades e que liga Dobbiaco a Calalzo di Cadore. É uma forma sustentável de conhecer a região.
🏔️ Onde ficar nas Dolomitas?
Escolher onde ficar nas Dolomitas é quase tão difícil como decidir qual trilho fazer primeiro, mas o segredo está em escolher bem a base, de acordo com o tipo de viagem que queres fazer.
Se o objetivo é explorar o máximo possível e acordar todos os dias com um cenário diferente, o ideal é dividir as estadias entre duas ou três zonas principais: Val Gardena, Cortina d’Ampezzo e Alpe di Siusi.
Val Gardena
É uma das áreas mais conhecidas, perfeita para quem procura aquele mix entre montanha e conforto. As vilas de Ortisei, Santa Cristina e Selva di Val Gardena têm hotéis charmosos, spas incríveis e acesso direto aos teleféricos.
Cortina d’Ampezzo
É considerado um destino mais elegante e também mais caro. É uma boa alternativa se quiseres visitar o Lago di Sorapis, o Tre Cime di Lavaredo ou o Lago di Misurina.
Alpe di Siusi (Seiser Alm)
É uma otima opção para uma visita mais tranquila com campos verdes no verão e neve a perder de vista no inverno. É ideal para quem quer desligar do mundo, respirar ar puro e fazer caminhadas curtas entre refúgios.
Para viajantes com orçamentos mais baixos
Existe alternativas como hostels em Bolzano e Trento, parques de campismo com vistas incríveis, e até cabanas e mini chalés em plataformas o Booking.com.
Reserva com antecedência! Mesmo fora da época alta, os alojamentos mais bem localizados costumam esgotar rapidamente, especialmente os que ficam junto aos lagos mais famosos, como o Lago di Braies e o Lago di Carezza.
🍝 Comidas típicas e onde comer
Pratos obrigatórios:
- Canederli – bolinhas de pão com presunto defumado (speck), cozidas num caldo saboroso.
- Speck – o famoso presunto defumado típico do Tirol do Sul, servido em tábuas de frios, sandes ou até em massas.
- Polenta – um clássico das montanhas, servida com molho de cogumelos ou carnes.
- Gulasch – o guisado de carne com molho espesso e picante, herança da Áustria e da Hungria.
- Strudel de maçã (Apfelstrudel) – a sobremesa mais icónica da região, com maçã, canela e aquele toque crocante irresistível.
Pratos obrigatórios:
- Cortina d’Ampezzo – aqui encontras desde restaurantes sofisticados a trattorias com comida caseira. O Rifugio Averau e o Baita Fraina são paragens obrigatórias para saborear pratos de montanha com vista para os picos nevados.
- Val Gardena – experimenta o Tubladel (em Ortisei), famoso pelos grelhados e ambiente acolhedor, ou o Rifugio Fermeda Hütte, perfeito para um almoço com vista surreal.
- Bolzano – ideal para provar o lado mais urbano da gastronomia tirolesa. O Hopfen & Co. serve cervejas artesanais e pratos típicos num edifício histórico incrível.
- Refúgios de montanha – ao longo dos trilhos vais encontrar pequenos chalés e rifugios que servem pratos locais simples, mas deliciosos. Nada sabe tão bem como comer uma polenta quente enquanto olhas para as montanhas douradas pelo pôr do sol.
🧗♀️ Atividades imperdíveis nas Dolomitas
As Dolomitas são um verdadeiro parque de diversões natural, um destino que parece feito à medida para quem gosta de estar em movimento.
Para os aventureiros
Caminhar pelas montanhas é uma experiência inesquecível, há trilhos para todos os níveis, desde caminhadas curtas até percursos de vários dias. A zona de Tre Cime di Lavaredo, por exemplo, é um dos locais mais icónicos para fazer trekking.
Se procuras mais adrenalina, há vias ferratas (rotas com cabos e escadas fixas nas rochas), escalada, parapente e até mountain bike em trilhos com vistas que parecem saídas de um filme.
Para quem quer relaxar
Nem tudo precisa de ser aventura. Visita o Lago di Braies ou o Lago di Carezza, onde podes simplesmente respirar fundo, desligar do mundo e deixar o tempo passar devagar.
E se quiseres uma experiência mais confortável, os teleféricos panorâmicos levam-te até aos picos mais altos sem muito esforço.
Para quem quer relaxar
Além da natureza, podes visitar aldeias típicas, participar em festivais de montanha, explorar mercados locais e descobrir tradições que misturam o espírito italiano com o toque austríaco.
🛡️ Porque fazer um seguro de viagem
Viajar para as Dolomitas é um sonho, mas mesmo os sonhos podem ter imprevistos. Um seguro de viagem é a garantia de que se alguma coisa correr mal, seja uma queda numa trilha, uma doença súbita ou até perder o teleférico, estás coberto.
Além disso, se planeias atividades de aventura, como escalada, vias ferratas ou parapente, ter um seguro adequado pode salvar-te de gastar uma pequena fortuna em cuidados médicos.
💡 Dicas extra para aproveitar ao máximo as Dolomitas
As Dolomitas são enormes, escolhe 2 ou 3 zonas principais e explora-as com calma, assim aproveitas mais e gastas menos tempo.
Mesmo no verão, podes ter sol de manhã e neve à tarde. As temperaturas variam muito com a altitude, por isso aposta em camadas.
As fontes de água potável estão por todo o lado, é só levar uma garrafa reutilizável.
Não é só pelo nascer do sol, mas também porque os locais mais populares enchem rápido.
Podem parecer caros, mas a vista que oferecem é de outro mundo. Além disso, ajudam-te a poupar tempo e energia para explorar lá em cima.
Entre pratos austríacos e italianos, há sabores únicos: canederli, polenta com queijo, strudel de maçã e vinhos locais.